Chefe da Michelin critica filosofia de desgaste de pneus da F1

Parece que, por enquanto, não veremos contar com a Michelin como fornecedora de pneus na Fórmula 1. Em entrevista ao F1-Insider, o chefe da Michelin, Matthieu Bornadel, falou duramente sobre o que ele acredita ser a visão errada sobre a F1.

A FIA deu a outros fabricantes de pneus a oportunidade de se candidatarem como possíveis novos fornecedores. Todos os olhos estavam voltados para a Michelin, da França. Será que a marca de outrora voltaria à Fórmula 1? Foi em 2006 que a Michelin foi esteve na categoria pela última vez. Mas 17 anos depois, a Fórmula 1 e o fornecedor de pneus parecem não combinar. A filosofia da categoria não combina com os franceses, é o que diz Bornadel.

"Queremos contar nossa história, a filosofia da Michelin. Somos uma empresa que fornece pneus de qualidade e duráveis". A última, é onde as ideias se desencontram, de acordo com o francês. "Há apenas meia linha sobre sustentabilidade na proposta. Eles não se importam. Poderíamos colocar fogo nos pneus depois e ninguém diria nada sobre isso".

Desgaste dos pneus

Há uma questão espinhosa para a Michelin. Uma grande parte da estratégia na Fórmula 1 está ligada ao desgaste dos pneus. Se um pneu não se desgastar, você perderá uma parte importante do jogo. Isso também vai contra a tendência da marca de pneus, que na verdade quer criar os melhores pneus possíveis, com o menor desgaste possível. "O que importa é o espetáculo e não a nossa boa aparência", suspira Bornadel. "Quando entramos em uma corrida, queremos sair dela com uma boa aparência e não como uma empresa que entrega um produto ruim".

O chefe da Michelin dá um exemplo interessante: "Se achamos que o show fica melhor quando o produto fica inferior, por que não deixamos os carros se desfazerem à medida que a corrida avança? Na primeira volta, você perde uma asa, depois um pneu...", pensa o diretor em soluções. Atualmente, a Pirelli parece ter as melhores chances para continuar sendo a fornecedora de pneus da Fórmula 1.