Em momento decisivo da temporada, pilotos da F2 buscam chance na F1
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O campeonato da Fórmula 2 está entrando em um período emocionante. Pouco antes das férias de verão, esta é uma boa oportunidade para os pilotos irem atrás de uma chance de buscar um lugar na Fórmula 1, mas há algum piloto que poderia ser considerado? O GPblog analisa as várias opções.
Talentos do futuro
A Fórmula 2 é a última categoria antes da F1, então as pessoas estão buscando os talentos do futuro. Boas performances nesta categoria lhe dão uma chance de um lugar na F1, mas não é uma garantia, como Nyck de Vries e Oscar Piastri têm mostrado. Eles não conseguiram um lugar na F1 depois de serem campeões na F2.
Assim como a Fórmula 1, a F2 correrá na França e na Hungria. Então, nos próximos quinze dias uma batalha importante pode ser travada pelo campeonato. Após as férias de verão, restarão apenas quatro etapas na F2. A maioria dos assentos da F1 são preenchidos por volta do verão europeu, então os pilotos querem chegar nas férias na melhor fase possível
Líderança brasileira
Quem tem se saído melhor até agora é Felipe Drugovich. O GPblog falou com o brasileiro no início desta temporada, que está esperando por um lugar na F1. Ele tem uma vantagem de 39 pontos sobre o segundo colocado, Logan Sargeant, e tem sido o piloto mais consistente nesta temporada. Mas ele não tem um lugar na F1.
Portanto, é provável que Drugovich siga o mesmo caminho de Piastri e De Vries, especialmente porque Drugovich não é o piloto mais novo, com 22 anos, e já está em sua terceira temporada na F2. O terceiro ano de De Vries também foi marcado por uma falta de atenção das equipes da F1.
No entanto, se Drugovich continuar com a fase atual, é possível que alguns times batam à porta. A Williams pode ter um lugar vago, a Aston Martin pode precisar encontrar um substituto para Sebastian Vettel e Guanyu Zhou e Mick Schumacher não estão garantidos em seus lugares na Alfa Romeo e Haas, respectivamente.
Piloto americano na F1
O segundo colocado do campeonato é Logan Sargeant. Ele subiu na classificação nas últimas corridas, ganhando as corridas principais na Áustria e Inglaterra. Em seu primeiro campeonato completo na F2 (após disputar as últimas três corridas na última temporada), o americano está evoluindo na pista e, como piloto júnior na Williams, há uma chance real de conseguir um lugar na F1.
A F1 vem perseguindo um piloto americano de F1 há algum tempo, então a Williams certamente receberá apoio. A equipe parecia estar em um estágio avançado nas negociações com Oscar Piastri, mas se ele pudesse trazer um talento próprio seria melhor. Assim, agora é um momento importante para o piloto de 21 anos mostrar à Williams que eles não precisam olhar para fora de seu próprio programa de treinamento.
Zhou está sob pressão?
O grande favorito para ganhar um lugar na F1 antes da temporada era Theo Pourchaire. O francês parece ter um grande futuro pela frente e, aos 18 anos, ele é um dos mais jovens da categoria. Pourchaire, no entanto, alterna vitórias e pódios com com batidas e resultados fora dos dez primeiros. A diferença para Drugovich já é de 40 pontos, mas essa diferença não é irrecuperável.
Pourchaire tentará aumentar a pressão sobre Guanyu Zhou antes das férias de verão. Como piloto júnior na Academia da Sauber, o francês já foi considerado para ser companheiro de equipe de Valtteri Bottas para 2022, mas Frederic Vasseur achou que era muito cedo. O piloto chinês ainda tem que fazer um impacto na F1, então essa é uma porta que pode se abrir para Pourchaire.
Depois desses três primeiros, há uma grande diferença para o resto dos pilotos. Cada um deles tem sua própria história este ano e espera alcançar os três primeiros nas próximas corridas para provar que deve ser uma opção para uma vaga na F1 para 2023.
Os candidatos improváveis
Jehan Daruvala e Enzo Fittipaldi estão na quarta e quinta colocações no campeonato, respectivamente, mas é pouco provável que eles estejam entre os candidatos a uma vaga na F1. Daruvala pertence à Red Bull, mas com 23 anos, é improvável que o indiano esteja no programa de treinamento só por causa de seu talento. Fittipaldi tem o nome de sua família, mas ainda não impressionou em nenhuma categoria desde seu título da Fórmula 4 italiana, em 2018. É preciso dizer, no entanto, que o brasileiro de 20 anos está fazendo um belo trabalho para a pequena equipe Charouz.
Marcus Armstrong é outro piloto que parece ter perdido sua chance. O neozelandês de 21 anos fez parte da academia Ferrari, mas perdeu seu lugar no início do ano. Um sexto lugar em sua terceira temporada na F2 não é sinal de que a Ferrari tenha se enganado.
Os talentos decepcionantes da Red Bull
Os pilotos mais decepcionantes são os do programa da Red Bull. Daruvala pode ser o mais velho e experiente do grupo, mas antes da temporada pensou-se que Liam Lawson, Juri Vips e Dennis Hauger tinham grandes chances. Entretanto, eles estão mais de 80 pontos atrás do líder na classificação e, até agora, não podem realmente pressionar Yuki Tsunoda. Helmut Marko vai ficar de olho no piloto japonês nas próximas duas corridas para ver se ele dve prorrogar seu contrato por mais um ano. Vips também jogou contra si próprio usando palavras de cunho racista em uma live e, assim, perdeu sua vaga como piloto de testes da Red Bull.
Correndo por fora
Um nome notável entre os dez primeiros é Jack Doohan. O filho da lenda do automobilismo Mick Doohan está em sua primeira temporada completa na categoria e já conquistou três pódios, incluindo uma vitória na corrida sprint da Inglaterra. Aos 19 anos, o australiano ainda tem tempo para aprender e encontrar uma academia que lhe dê um lugar.
O último piloto que ainda apresenta um desempenho interessante é Frederik Vesti. O dinamarquês tem mostrado que seu lugar no programa de jovens pilotos da Mercedes não é algo que lhe foi dado à toa, mas o 11º colocado do campeonato raramente consegue render bem nos finais de semana inteiros. A questão é até que ponto a Mercedes terá um lugar para ele caso o piloto de 20 anos comece a performar bem.
Conclusão
Olhando para o mercado de pilotos na Fórmula 1 para 2023, há poucas oportunidades para jovens talentos. O melhor lugar disponível é o de Zhou, na Alfa Romeo. Pourchaire parece ser o melhor candidato para isso, como membro da Academia da Sauber. Mas a própria escolha por Zhou mostra que a Alfa Romeo nem sempre escolhe a melhor opção.
Na Haas, o contrato de Mick Schumacher está chegando ao fim, mas com as performances das últimas semanas é improvável que as duas partes se separem. Ainda há rumores sobre uma possível mudança para Aston Martin, mas há dúvidas sobre como isso ajudaria o alemão. Como um time pequeno, a Haas parece ser o lugar para um piloto como Felipe Drugovich, mas ele terá que trazer muito dinheiro de patrocínio para ter uma chance. Logan Sargeant também é interessante como americano, embora Günther Steiner tenha dito muitas vezes que um piloto americano não é uma obrigação para ele.
Os talentos da Red Bull geralmente têm a melhor chance de ganhar um lugar na F1, e com o contrato de Yuki Tsunoda expirando e seu desempenho mediano, um talento de primeira linha também poderia ganhar uma promoção. Daruvala, no entanto, não é uma opção séria e os outros talentos da Red Bull têm sido decepcionantes. Hauger e Lawson são os maiores competidores, mas eles terão que mostrar algo diferente antes do verão europeu.
Na Aston Martin, um lugar também pode estar vago. Sebastian Vettel não está muito satisfeito com o desempenho de seu carro e os rumores sobre uma aposentadoria são constantes. Schumacher está sendo ligado a esta vaga e isso proporcionaria uma oportunidade na Haas. Nenhum outro piloto está atualmente ligado à Aston Martin, mas como a nona equipe no campeonato, o time britânico não necessariamente tem uma posição de luxo caso Vettel saia.
A maior oportunidade para permanece sendo na Williams, onde os contratos dos dois pilotos expiram. A equipe estará interessada em manter Alexander Albon como líder do time dado seu desempenho, mas o tailandês poderá ser levado de volta para a Red Bull no final da temporada. Entretanto, como Pierre Gasly prorrogou seu contrato, é duvidoso se o tailandês será necessário.
Albon provavelmente vai ficar, mas a saída de Nicholas Latifi é especulada há algum tempo, o que não é surpreendente dado seu fraco desempenho. Oscar Piastri estaria no processo de finalizar um acordo com a Williams. Entretanto, com Sargeant em constante evolução, a equipe também tem seu próprio piloto júnior apresentendo um ótimo desempenhando e mostrando que pode merecer o assento.
Então, os pilotos com as maiores chances parecem ser Sargeant e Pourchaire. Eles têm conexão com equipes onde uma vaga pode estar disponível e também apresentam o desempenho desejado. Drugovich, como líder da F2, também é um candidato lógico, mas sem uma conexão com um time da F1, a chance parece muito difícil. Os talentos da Red Bull têm uma oportunidade única para uma vaga na F1, mas isso exigirá um desempenho muito melhor no final da primeira metade da temporada.