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Jornais italianos falam sobre a demissão de Binotto

30 de novembro de 2022 no 10:53
Última atualização 30 de novembro de 2022 no 11:35
  • GPblog.com

Depois de uma carreira muito longa, passando de um simples engenheiro até se tornar chefe de equipe, a aventura de Mattia Binotto na Ferrari terminará no final deste ano. O segundo lugar no campeonato de construtores e de pilotos não foi suficiente: a equipe quer voltar a vencer e não considera Binotto o homem certo para liderá-la. Como a mídia italiana reagiu à notícia?

Corriere dello Sport

"É legítimo que o chefe mande embora o primeiro de seus chefes se não houver harmonia e não houver resultados. Portanto, não há nada de estranho na saída de Mattia Binotto", disse Paolo De Laurentiis, do Corriere dello Sport. No entanto, o jornalista diz que o ocorrido é preocupante.

A Ferrari, no comunicado de imprensa a respeito da saída de Binotto, disse: "O processo está em andamento para identificar o novo chefe de equipe da Scuderia Ferrari, e espera-se que seja finalizado no novo ano". De Laurentiis comentou sobre isto, dizendo: "Se a Ferrari está objetivamente atrás da Red Bull, eles agora arriscam estar atrás de si mesmos também. A Ferrari de hoje não tem ninguém no comando e há mais nuvens negras no horizonte do que madrugadas vermelhas", conclui o jornalista.

La Repubblica

Além de comemorar a história de Binotto na Ferrari, Alessandro Retico, do La Repubblica, destaca a verdadeira causa da divisão entre as duas partes: "Talvez tenham sido precisamente os erros de estratégia, defendidos por Binotto e culpados pela falta de mentalidade vencedora em um grupo ainda em crescimento, mas com necessidade de estabilidade, que acabaram com seu ciclo".

Sky Sports (edição italiana)

A edição italiana da Sky Sports oferece talvez os comentários mais valiosos sobre a saída de Binotto. Carlo Vanzini lista os principais erros cometidos pelo agora ex-chefe de equipe nos últimos quatro anos: "Poucas vitórias. 7 vitórias em 82 corridas, entre um acordo confidencial com a federação sobre um motor, que nunca foi julgado irregular, mas suspeito. Seb foi demitido com um telefonema, Sainz chegou para formar uma dupla perfeita, pelo menos no papel".

Falando em 2022, por fim: "Não foi aceitável o 'nós melhoramos desde o ano passado'. Muitos erros: Mônaco, Silverstone, Hungria e outros menos óbvios, difíceis de admitir tanto dentro e fora da equipe, se não somente pelos pilotos em suas imprecisões".

Mara Sangiorgi, por sua vez, fala de Binotto como "renunciando, formalmente, mas certamente não em seu coração", para sublinhar seu laço eterno e respeito pela equipe. No entanto, a jornalista define como "um paradoxo" que a despedida do chefe de equipe ocorra somente após 31 de dezembro, mas que já representa o passado, enquanto que a corrida para encontrar um substituto começa.

Autosprint

Mario Donnini da Autosprint é bastante duro com a demissão do chefe de equipe da Ferrari. Em particular, ele se refere ao período das investigações de 2019, no qual Binotto se deu conta de seu silêncio barulhento diante das acusações. "Um silêncio embaraçoso desceu sobre o caso, não esclarecido de forma alguma pelo veredicto final. E aqui reside a característica mais distinta, perturbadora e inaceitável da administração do Binotto. Estar ao leme, mas não sentir o dever de explicar, esclarecer e postar transparência para com a opinião pública".

"A partir do caso de 2019, depois de nem mesmo uma temporada, vem esta forma muito estranha de administrar não apenas a equipe, mas também o reflexo midiático das ações realizadas na pista e além dela. Como? De uma maneira incrível. Conseguindo pouco, fazendo muito mal e fingindo incessantemente que nada aconteceu", comenta Donnini. O jornalista também se detém em uma das frases de Binotto, a que "temos que entender....", que acenou como uma bandeira branca em tantas ocasiões.

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