Chefe da Mahindra relembra os problemas na África do Sul

Frédéric Bertrand, chefe da Mahindra, antes de mais nada, brincou: "Sim, muitas coisas ou não coisas suficientes porque eu teria adorado correr para ser honesto", diz o francês em conversa com o GPblog. Na verdade, na manhã da corrida na África do Sul, os engenheiros descobriram um problema de flexão com a suspensão traseira. O problema tinha o potencial de levar a acidentes, deixando Bertrand sem opção, a não ser retirar sua equipe. O ABT Cupra seguiu o exemplo.

Decisão não tomada pela emoção

Olhando para trás, Bertrand mantém totalmente sua decisão. "Eu acho que a África do Sul foi algo que nós consideramos muito arriscado para correr o risco de empurrar os carros em uma pista tão exigente e acidentada e rápida", diz ele."Tem que ser racional e não emocional porque puramente emocionalmente você vai tentar ir e correr e começar a esquecer todos os avisos e todas as coisas factuais, que estão mostrando que você não deve fazer. E é por isso que não é tanto uma decisão emocional".

As horas foram intensas, com muita conversa. "Primeiro você precisa explicar para os pilotos e eles entenderam muito rapidamente. Com certeza, eles estão muito desapontados, porque para eles é uma oportunidade a menos de mostrar que podem ser rápidos. A única coisa realmente importante foi a reação na oficina, para garantir que você mantenha as pessoas focadas no desenvolvimento para a próxima corrida, mas também em encontrar essa solução e colocar todos os esforços necessários para se converterem o mais rápido possível. Isso já foi feito, sim. E isso não está apenas nos impactando, mas também a nossa equipe de clientes. Com certeza, foi muito decepcionante, mas eles viram as partes e viram o que estava acontecendo. Então todos nós temos experiência em automobilismo, e todos eles entenderam ou anteciparam que essa poderia ser a única opção disponível. Então, eu diria que todos reagiram de forma muito profissional".

A pressão do tempo às vezes ajuda

Na fábrica na Inglaterra, muito trabalho duro foi feito nas últimas semanas para encontrar uma solução definitiva para a suspensão traseira flexível. Isto foi disponibilizado bastante rapidamente, foi implementado nos carros e depois submetido à FIA para aprovação. "Às vezes a pressão no tempo está ajudando a tomar a boa decisão. Eu acho que foi o caso. Então, agora chegamos a São Paulo, confiantes de que temos uma boa solução lá e que esta solução será válida e será aquela que talvez devêssemos ter implementado desde o início, mas é assim que é".

Bertrand continuou: "Foi uma experiência de aprendizado muito dolorosa, mas pelo menos nós conseguimos, então nada estava se tornando dramático. Nós não tivemos que sofrer nenhum acidente e com certeza protegemos os pilotos, o que foi claramente nosso primeiro objetivo. Portanto, agora é esperançosamente um assunto para o passado, mas há muitos aprendizados saindo disso em termos de como validamos talvez de maneira diferente, como nos certificamos de não ter esses tipos de dificuldades no futuro. Nós também fizemos a avaliação completa do carro, caso haja qualquer outra área onde possamos ter dúvidas. Tudo agora está sob controle e o nível de confiança está novamente alto".

Detalhes podem deixar todos em baixo

Acima de tudo, a confusão na África do Sul mostrou à equipe e especialmente ao mundo exterior como as corridas de carros são realmente complicadas. "Isso também empurra a idéia de que uma pequena coisa, um pequeno detalhe, pode fazer todo mundo descer. Então, isto realmente faz com que todos percebam que mesmo que às vezes pareça algo fácil colocar carros na pista, não é tão fácil e nós temos responsabilidades, e cada um tem sua própria responsabilidade na equipe em qualquer nível da equipe".