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Análise sobre o fim dos treinos livres na F1

Análise | Por que acabar com os treinos livres não é uma opção?

28 de março de 2023 no 10:21
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Stefano Domenicali foi o escolhido para agitar a bandeira quadriculada no final da primeira corrida da MotoGP no último domingo. No entanto, o diretor executivo da Fórmula 1 não esteve presente em Portimão apenas para colocar um ponto final na corrida, mas também para desenvolver novas ideias que podem ser úteis para a categoria. Uma delas, por exemplo, foi estudar como as corridas sprint na MotoGP estão se saindo.

42 corridas serão disputadas pelos pilotos da MotoGP nesta temporada - são 21 Grandes Prémios, mais 21 corridas sprint. A MotoGP se inspirou na Fórmula 1, onde as corridas sprint se tornaram uma característica nas duas últimas temporadas. Porém, ao contrário da F1, na MotoGP as corridas de sábado vão acontecer em todos os finais de semana. De acordo com aqueles que são contra as corridas sprint, elas tiram o brilho da corrida principal, já que a corrida de domingo é boa porque é um evento especial.

Mais emoção

Mesmo assim, não é segredo que a FOM está procurando maneiras de aumentar a emoção na categoria. Após o final da corrida em Portimão, Domenicali disse que quer acabar com as sessões de treinos livres na Fórmula 1, pelo menos foi o que pudemos entender a partir de uma entrevista que ele deu para uma emissora portuguesa: "Sou a favor de cancelar as sessões de treinos, que são de grande benefício para os engenheiros, mas que o público não gosta".

Infelizmente, o contexto deste comentário estava faltando, pois a declaração não foi tão simples e direta como foi entendido. O italiano não quer abolir todas as sessões de treinos livres, mas incluir um elemento de competição em todas elas.

Não é desejável

A abolição completa das sessões de treinos livres é simplesmente indesejável. Hoje em dia, as equipes de Fórmula 1 não têm oportunidades de testes durante a temporada. Sem sessões de treinos livres, seria impossível experimentar as novas peças e configurações. Como resultado, seria ainda mais difícil para as equipes alcançarem a Red Bull Racing, por exemplo, este ano.

Além disso, a falta de sessões de treinos é perigosa, inclusive para os pilotos que nunca pilotaram em uma determinada pista antes. É claro que cada piloto hoje em dia passa horas no simulador, mas a realidade é sempre um pouco diferente. E por fim, há o público.

Este ano teremos seis corridas sprint, já são três a mais do que na temporada passada. Teremos nove no ano que vem? Ou até mais?

Continuará havendo interesse?

Se em breve tivermos corridas sprint em todos os finais de semana, será que os fãs da categoria não perderiam o interesse em algum momento? Ao invés de 23 corridas onde a Red Bull (no momento) venceria facilmente, termos 46? Fazer a pergunta é quase que realmente respondê-la. Não é uma opinião unânime dizer que o público não gosta muito dos treinos livres, como Domenicali sugeriu. Muitos fãs adoram ver os carros darem voltas, sem qualquer elemento de competição. Se não fosse assim, como explicar as sessões de treinos livres de sexta-feira atraindo tanta gente?

Então, não tenha medo - a Fórmula 1 não vai acabar com as sessões de treinos livres. Afinal, isso não beneficiaria ninguém: nem as equipes, nem os pilotos e certamente nem os torcedores.