Craig Pollock: quem é o homem por trás da Fórmula Equal?
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Realmente não deveria ser uma grande surpresa. Sua página no LinkedIn revela que Craig Pollock está trabalhando como diretor executivo de uma empresa chamada Formula Equal (F=) desde janeiro de 2018. Nesta terça-feira à tarde, ficou claro qual é o objetivo da empresa: iniciar uma nova equipe de Fórmula 1, que deseja estar no grid em 2026.
Pollock não é um multi-milionário que está procurando entrar na Fórmula 1 apenas para se divertir. Ao invés disso, o empresário inglês precisa de investidores externos para tornar seu plano algo possível: uma nova equipe composta por 50% de homens e 50% de mulheres. A propósito, isto também se aplica à dupla de pilotos, o que torna a ideia toda muito interessante e ao mesmo tempo complicada.
Nenhum fantasista
Um país do Golfo - uma região onde os direitos da mulher não são prioridade número um - parece estar disposto a contribuir financeiramente, de acordo com Pollock. Além disso, sua equipe ficaria sediada neste país. Talvez todos olhem para o projeto com certa desconfiança, pronto para ser um fracasso total. Mas o que o passado nos mostra é que Pollock é tudo menos um fantasista. Em um passado distante, em sua função como co-fundador da equipe BAR da F1, ele até conseguiu atrair a Honda de volta para a categoria.
A história de vida de Craig Pollock daria um livro emocionante. Como professor no final dos anos 70, ele estava ligado ao College Beausoleil, um colégio interno extremamente caro na Suíça. Lá, Pollock - agora promovido a diretor do departamento de esportes - conheceu um jovem chamado Jacques Villeneuve. O canadense havia sido enviado para a cidade montanhosa após a morte de seu pai, o ex-piloto Gilles Villeneuve.
Reencontro no Japão
Depois de deixar a escola, Villeneuve começou uma carreira de piloto profissional, que não correu bem nos primeiros anos. Por acaso, em Suzuka, no Japão, ele se encontrou com seu antigo professor Pollock, que estava lá para uma reunião de negócios com a Honda. A dupla começou a conversar e Villeneuve - lembrando como ele se deu bem com Pollock na Suíça - pediu ao inglês que o ajudasse a reviver sua carreira. Pollock tornou-se o empresário do canadense, função que assumiu até 2008.
Com Villeneuve - que recuperou sua carreira - Pollock chegou à Fórmula 1. Na verdade, Villeneuve se tornou o primeiro e único campeão mundial do Canadá. Isso abriu portas, inclusive para Pollock. Um monte de portas. Foi assim que ele chegou à British America Tobacco, que ele convenceu com sucesso a investir em uma equipe de Fórmula 1. A empresa se tornou a BAR (antiga Tyrrell), para o qual Villeneuve passou a pilotar. Pollock mais tarde vendeu a BAR para a Honda. A equipe agora é a Mercedes.
Uma vantagem para a aventura na F1
A propósito, nem tudo que Pollock toca se transforma em ouro. Em meados de 2011, ele fundou a empresa PURE, que deveria fornecer motores para as equipes de Fórmula 1 como fornecedora independente. Devido a problemas financeiros, os planos não deram certo, embora Pollock tenha mantido os direitos de propriedade intelectual dos motores. Desde então, os motores dos carros de Fórmula 1 mudaram consideravelmente, mas o conhecimento adquirido oferece ao empresário uma vantagem em sua proposta de se juntar ao grid da categoria.
Nos últimos anos, Pollock não tem estado presente durante as corridas. Então, enquanto ele estava trabalhando com a 'F=', ele se juntou a uma empresa de investimentos de Mônaco como um parceiro. Esse período agora acabou, enquanto Pollock se prepara para um retorno igualmente inesperado e espetacular ao paddock.