Ocon usa Verstappen como exemplo: "Tenho que acreditar que também posso"

Duelo com Verstappen

Ocon mostrou no início de sua carreira que tem talento em um kart. A história é conhecida. Ao contrário de muitos outros pilotos, Ocon não tinha pais que pudessem esbanjar dinheiro, mas abriram mão de tudo por ele, e o motorhome em que cruzaram a Europa se tornou seu lar. Tudo isso valeu a pena quando Ocon foi contratado pela Renault.

No kart, Ocon ganhou quase tudo (exceto o título mundial, que foi conquistado por Verstappen, um ano mais jovem) e, nos carros de fórmula, Ocon continuou essa sequência. O francês venceu imediatamente corridas na Eurocup Formula Renault e, em 2014, ganhou o campeonato europeu de Fórmula 3. O que foi frustrante para Ocon foi o fato de ele não ter mudado para a Fórmula 1, mas o terceiro colocado do campeonato, sim: Verstappen.

"Sempre acreditei que se você trabalhar duro o suficiente, sua hora vai chegar. Ainda acredito nisso. Tive muitos momentos em minha carreira em que as coisas não saíram como eu queria. Quando ganhei o título da F3, Max subiu para a F1 e eu não tive a chance de fazer isso. Pensei: 'Vamos nos concentrar em mim mesmo, continuar, fazer um bom trabalho e obter os resultados'", disse Ocon em uma conversa com o GPblog.

Chance na F1

Ocon continuou essa trajetória e venceu o campeonato da GP3 em 2015. Ainda assim, não foi suficiente para um lugar na F1, e Ocon foi para o DTM. Sob as asas da Mercedes, Ocon se destacou e, quando o dinheiro de Rio Haryanto acabou, ele finalmente teve uma chance na F1. Na metade da temporada, ele se juntou à Manor. Ao lado de Pascal Wehrlein, Ocon teve um bom desempenho e impressionou os engenheiros e mecânicos. Quando a Force India precisou de um substituto para Nico Hülkenberg, todos apontaram para Ocon. Talvez mais jovem e ainda não tão rápido quanto Pascal, mas muito melhor para trabalhar.

Ocon fez duas temporadas na Force India, mas já sentiu o aperto no segundo ano. A equipe estava com problemas financeiros, e Sergio Pérez ajudou a equipe a sobreviver até a compra por Lawrence Stroll. Embora o desempenho de Ocon tenha melhorado em comparação com o do mexicano, ele teve de deixar a equipe para o filho do novo chefe, Lance Stroll.

Um acordo com a Renault parecia praticamente fechado, mas, do nada, Daniel Ricciardo ficou disponível, e Cyril Abiteboul entrou em cena. Ocon ficou afastado por um ano. Na Mercedes, Ocon aprendeu com Lewis Hamilton e Valtteri Bottas, mas a prioridade era ser piloto titular. A vaga na Renault veio um ano depois, dessa vez ao lado de Ricciardo.

Ocon quer ser campeão mundial

Desde então, é impossível imaginar a equipe baseada em Enstone sem Ocon. Ocon ainda teve dificuldades em seu primeiro ano de volta à Fórmula 1, mas se manteve firme ao lado de Fernando Alonso. Isso rendeu a Ocon um contrato de longo prazo com a equipe, dando-lhe um lugar na F1 até 2024.

Essa permanência não faz com que Ocon se sinta satisfeito. Sua meta ainda está muito aberta: "Eu quero ser campeão mundial. Essa é a única coisa em que penso quando entro em um paddock de F1. Não estou aqui apenas para participar e marcar pontos. Quero vencer e conquistar pódios".

É claro que ele tem a autoconfiança para competir no topo, mas no topo atualmente está alguém que conhece bem Ocon. Verstappen é um rival de Ocon há anos, e o francês também conseguiu vencer Verstappen uma vez na Fórmula 3.

"Max merece totalmente o que está acontecendo com ele no momento. O que ele fez com a Red Bull é mais do que impressionante. É simplesmente incrível. Já corri com Max no kart, em monopostos e na Fórmula 1. Ele é claramente o melhor piloto do momento", elogiou Ocon ao seu antigo rival.

"Tenho de acreditar, e estou acreditando, que se eu tiver o carro certo, também posso lutar por campeonatos mundiais. Se você não pensa nisso, não deveria estar na Fórmula 1. Quero ser campeão mundial e darei tudo de mim até não poder mais", concluiu o piloto da Alpine.