Verstappen está na capa da revista TIME de novembro
- Vicente Soella
Max Verstappen está estampando a capa da TIME, uma revista americana que existe há mais de 100 anos e é conhecida por eleger a sua "Persoanlidade do Ano". A revista fez uma entrevista com o tricampeão mundial durante o fim de semana do Grande Prêmio dos Estados Unidos no COTA.
A entrevista foi realizada no campus da principal patrocinadora da Red Bull Racing, a Oracle, onde Verstappen estava se reunindo com os funcionários da equipe. Ele estava, é claro, assistindo às corridas. O holandês só pensa em vencer e fica procurando uma maneira de ganhar vantagem sobre os adversários. Ele entra em uma van para ter uma visão melhor da pequena pista. "É natural para mim começar a pensar nessas pequenas vantagens. Eu gosto de ganhar", diz o piloto à TIME.
Embaixador
O artigo está repleto de elogios ao tricampeão mundial. Até mesmo Mario Andretti, que está acompanhando a dura jornada de seu filho para ter sua equipe aceita na categoria principal do automobilismo, disse: "Max é um talento que aparece uma vez em uma geração. Ele é um tigre por dentro". A TIME destaca que Verstappen assumiu o lugar de Hamilton como o rosto da Fórmula 1, mas também lança imediatamente algumas dúvidas sobre isso: "Verstappen é realmente o embaixador ideal do esporte? Ao contrário de Hamilton, que costuma ser visto com celebridades de primeira linha e está produzindo um filme com Brad Pitt, Max Verstappen tem pouco desejo de assumir esse papel".
A resposta de Max a essa observação é simplesmente a seguinte: "Não tenho nenhum desejo de sair com estrelas de cinema famosas".
Risco para o esporte
Barton Crockett, analista de pesquisa da Rosenblatt Securities que cobre a Liberty Media, acha que Verstappen é um ótimo piloto. Ainda assim, há uma pequena ressalva a essa opinião: "Por melhor que Verstappen seja no momento, ele parece ser o maior risco para o negócio". Com isso, ele está se referindo ao fato de que, se Verstappen conseguir vitórias consistentes, isso não será bom para o "drama" que envolve as corridas. De acordo com a TIME, o destino da F1 depende do fato de as vaias que Verstappen pode esperar no pódio se transformarem em aplausos.
Impressões de outros
Quando Verstappen correu na Fórmula 3, Helmut Marko rapidamente viu potencial nele. "Ele estava em outro planeta", disse o consultor da equipe austríaca. Ele ficou tão impressionado que ligou imediatamente para Jos Verstappen e disse: "Eu disse: 'Jos, esqueça tudo. Nós fazemos a Fórmula 1'".
Daniel Ricciardo se lembra de como foi a primeira sessão de treinos de Max na categoria: "Ele realmente não se importava em adotar uma abordagem pragmática. Ele dizia: 'Eu só vou dirigir essa coisa e tentar tirar as rodas dela. Se eu bater, bati'". Ele continuou: "Todo o aprendizado que outros pilotos fizeram nas categorias inferiores, fora dos holofotes, ele fez sob o escrutínio da mídia mundial".
Vida privada
O artigo continua discutindo a vida particular de Verstappen. Desde 2020, ele está em um relacionamento com Kelly Piquet, filha de Nelson Piquet, tricampeão mundial de Fórmula 1. Ele também desenvolveu um belo relacionamento com a filha de Kelly, que ela teve com Daniil Kvyat. "Eu não sou o pai. Esse não é o objetivo", disse Verstappen. "É sempre muito importante que ela tenha um bom relacionamento com seu próprio pai, o que ela tem. Mas eu a vejo todos os dias quando estou em casa. Nós nos damos muito bem". Em casa, em Mônaco, ele não tira uma folga das corridas. Seu principal hobby é competir nos simuladores. "Eu assisto a outros esportes, mas não há nada pelo qual eu seja muito apaixonado", disse Max. Kelly Piquet diz que tem seus limites quando se trata de corridas: "Houve momentos em que eu pensei: 'OK, é hora de desligar'. Você tem que dar um lembrete gentil de que o sol está brilhando lá fora e, você sabe, há outras coisas para fazer".
Avaliando o sucesso
O holandês já comentou muitas vezes sobre a possibilidade de deixar a Fórmula 1 após o fim de seu contrato com a Red Bull em 2028. "Em um determinado momento, você tem que ponderar o sucesso em relação à qualidade de vida em geral", disse Verstappen. "Sinto que estou vivendo em uma bolsa, em um hotel, o tempo todo. No momento, está tudo bem. Eu adoro correr. Adoro ganhar. Mas quanto mais você envelhece, talvez um dia isso não seja mais o que eu quero".