Visão geral | Explicação das mudanças nas regras para a temporada de 2023

F1 News

10 de agosto de 2022 no 11:14
Última atualização 10 de agosto de 2022 no 11:50
  • GPblog.com

A esta altura, todas as equipes da Fórmula 1 parecem terem resolvido os problemas relacionados ao porpoising. Até mesmo a Mercedes parece não sofrer mais com os quiques, mas mesmo assim a equipe de Toto Wolff insiste que são necessárias mudanças nas regras para se livrar do problema de uma vez por todas. A maioria das equipes não concordaram, mas aceitaram chegar em um acordo com a FIA. O GPblog lista as mudanças previstas para 2023.

Mudanças para a temporada de 2023 da F1

Para a temporada de 2023 da F1, a FIA quer introduzir uma série de mudanças nas regras para acabar com o porpoising. O órgão dirigente citou a segurança como a principal motivação para essas mudanças, mas esse argumento foi questionado por várias equipes. Enquanto isso, as partes fizeram um acordo, o que pode levar a algumas mudanças diferentes daquelas que eram pretendidas inicialmente.

15 milímetros de altura no assoalho

A FIA queria elevar as bordas do assoalho em 25 milímetros, mas agora está claro que todos concordaram em reduzir esse valor para 15 milímetros. Essa mudança veio depois de muitos protestos por parte das equipes que já tinham conseguido resolver o problema do porpoising e, portanto, são capazes de colocar o carro em uma altura mais baixa.

Ao levantar os lados do assoalho, fica mais difícil para as equipes selarem fisicamente a parte traseira do túnel venturi* de acordo com a pressão do ar ambiente. Atualmente é possível aumentar o downforce do carro desta forma, com o risco de bloquear o fluxo de ar e desencadear o porpoising.

*Os túneis venturi são reentrâncias sob o carro que geram o downforce acelerando o ar por baixo, criando uma área de baixa pressão devido ao efeito Venturi. O efeito é sugar os carros para o chão, por assim dizer, enquanto cria uma quantidade mínima de ar sujo atrás do carro.

Levantando a 'garganta' do difusor

O ponto mais estreito do túnel do assoalho é chamado de "garganta". É neste ponto que a mudança de pressão é criada, acelerando o fluxo de ar e aumentando o downforce. A garganta está localizada na parte de trás do túnel, logo abaixo de onde o piloto está sentado. A velocidade do ar aumenta exponencialmente nos últimos milímetros de espaço entre a garganta e o solo. Em algum momento, no entanto, esse espaço pode se tornar muito pequeno, fazendo com que o fluxo pare. A FIA quer tornar obrigatório levantar a garganta do difusor para tornar a parte inferior do carro mais tolerante a mudanças na altura dinâmica do passeio.

Testando a deflexão lateral do assoalho

Ao limitar a deflexão lateral do assoalho, a FIA quer tornar mais difícil - em combinação com as bordas elevadas - usar as bordas externas do assoalho para vedar a parte inferior do carro.

Sensores precisos para aceleração vertical

A partir de Spa-Francorchamps, as acelerações verticais dos carros serão medidas pelos sensores já instalados, que foram originalmente projetados para registrar o impacto de acidentes. Estes sensores cumprirão uma dupla função no restante desta temporada, mas para 2023 outros sensores mais específicos serão instalados para medir as forças verticais com mais precisão.

Mudanças enviadas para o Conselho

As mudanças ainda precisam ser aprovadas pelo Conselho Mundial do Automobilismo e, portanto, ainda não são definitivas. Quando forem, as mudanças nas regras em 2023 virão por cima da diretriz técnica já existente, que entrará em vigor a partir do Grande Prêmio da Bélgica. Em Spa-Francorchamps, a FIA começará a fazer medições para verificar as forças verticais nos carros, o que incluirá a medição do desgaste da placa de base. A FIA também quer se livrar de qualquer forma das equipes contornarem esta última regra, depois que foi relatado que a Red Bull Racing e a Ferrari não estavam obedecendo-a.