Análise: O dilema de Théo Pourchaire e da Sauber

Você ainda se lembra do nome Robert Shwartzman? Depois de seu segundo lugar na F2 em 2021, o russo-israelense prometia um futuro brilhante na Fórmula 1. Ele só precisava ser paciente, porque em 2022 não havia lugar para ele na Fórmula 1, nem na Ferrari (da qual ele era piloto de testes e reserva), nem nas equipes Haas e Alfa Romeo, apoiadas pela fabricante italiana.

Assim como parecia não haver lugar em 2023. Enquanto isso, Schwartzman corre na GT World Challenge Europe Endurance Cup, um campeonato de cinco corridas. E quanto mais tempo você fica fora do radar das equipes da F1, mais difícil se torna estrear na categoria máxima do automobilismo.

Pourchaire não quer seguir Shwartzman

Theo Pourchaire vive uma temporada decisiva em sua carreira. Se ele, de fato, conquistar o título da Fórmula 2, ele não poderá seguir competindo na categoria. Não que isso seja necessário, porque, depois de três temporadas, ele está absolutamente pronto para a Fórmula 1. Só que parece que a Sauber não pode lhe oferecer uma vaga para 2024.

Valtteri Bottas está vinculado à equipe suíça por mais uma temporada, enquanto Guanyu Zhou negocia para estender seu compromisso que está expirando. De fato, a Sauber poderia optar por se desfazer do piloto chinês, mas também veria desaparecer uma alta taxa de patrocínio. Portanto, um dilema para a Sauber: Dar uma chance ao seu próprio talento ou apostar no dinheiro? Dinheiro que a Sauber poderia muito bem usar, o que responde imediatamente a essa pergunta.

Os cenários para Pourchaire

Pourchaire está em uma situação difícil. Em sua idade, ele precisa correr quase todas as semanas, que é a única maneira de seguir evoluindo. O francês - que completará 20 anos daqui a pouco mais de uma semana - não tem absolutamente nada a ganhar viajando constantemente com a F1 em 2024, apenas para olhar para as telas de dados no box a cada sessão. Mas qual é a alternativa?

Uma vaga em outra equipe na F1, talvez. Só que a Sauber não tem vínculos com outros times como, por exemplo, a Mercedes e a Williams tinham. De qualquer forma, qual equipe tem espaço na próxima temporada? Talvez a própria Williams, se Logan Sargeant continuar a ter um desempenho abaixo do esperado. Mas por que a Sauber emprestaria seu talento, tornando um concorrente direto mais forte? Se Pourchaire corresponder às expectativas e for o melhor dos pilotos da Sauber na pista, isso poderá custar à equipe suíça muitos milhões em receita.

Então, será que não há solução alguma? Perder deliberadamente o título da F2 é uma possibilidade, mas um vencedor como Pourchaire jamais optará por isso. Uma mudança temporária para outra categoria parece ser a melhor opção. Não correr em uma categoria júnior, mas em um campeonato altamente conceituado. Na Fórmula E, quase todos os lugares estão ocupados e, para os que ainda estão vagos, o nome de Pourchaire nunca é mencionado. Portanto, essa não parece ser uma opção. Uma aventura na Fórmula Indy também não faz sentido no momento.

Assim como o Campeonato Mundial de Endurance não é uma categoria adequada, pois não corre com carros de fórmula. Uma excelente solução poderia ser uma transferência temporária para a Super Fórmula Japonesa, um campeonato altamente conceituado no qual Pierre Gasly já ganhou experiência, assim como Liam Lawson.

A F1 continua sendo o objetivo

Recentemente, Pourchaire falou com exclusividade ao GPblog. Falando sobre um futuro na Fórmula 1, ele disse: "Tudo depende das oportunidades que você tem. Todo mundo sonha em ser campeão mundial de F1. Portanto, o nível é muito alto. Não posso dizer o quanto isso é realista, mas é definitivamente meu objetivo. No próximo ano? Acho que muitos pilotos merecem uma vaga na F1. Não posso dizer muito sobre isso. Vou dar o meu melhor nesta temporada e espero que um dia eu tenha essa chance".

Essas poderiam ter sido as palavras de Robert Shwartzman.