Congelamento do motor na F1: Por que as próximas semanas são cruciais?

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12 de agosto de 2022 no 14:56
Última atualização 12 de agosto de 2022 no 15:28
  • GPblog.com

As equipes de Fórmula 1 estão se preparando para a segunda metade da temporada, que começa no final de agosto, no circuito de Spa-Francorchamps. Nos bastidores, no entanto, eles estão trabalhando em mais um prazo, já que a parte final do congelamento do motor está chegando. O GPblog faz um balanço da situação.

Como vai funcionar?

Como o novo regulamento para os motores está previsto para entrar em vigor na temporada de 2026, a FIA decidiu, juntamente com as equipes, em congelar o desenvolvimento das unidades de potência nos próximos anos. Com isso, as fornecedoras de motores terão a oportunidade de focar totalmente no novo motor e não terão que trabalhar em um programa duplo para manter o alto desempenho das equipes nos próximos anos.

A Red Bull Racing foi uma das mais interessadas no congelamento. A equipe austríaca sabia que a Honda iria sair da categoria e queria continuar usando o motor da fabricante japonesa nos próximos anos. A Red Bull então conseguiu que as equipes concordassem com a política, permitindo com que a equipe austríaca trabalhasse com o Red Bull Powertrains no futuro.

A partir de 1º de março, várias partes já não poderão mais serem trocadas. Estas incluem o ICE (motor V6), sistema de escape, especificação de óleo do motor, turbo, MGU-H e especificação do combustível. Até a temporada 2025, as equipes só poderão usar as versões das peças aprovadas antes do prazo final estabelecido para o congelamento.

O que não é mais permitido a partir de 1º de setembro?

Para uma série de aspectos, as equipes impuseram um prazo posterior para que ainda pudessem trabalhar no desempenho da unidade de potência. Além do prazo de 1º de março, a FIA decidiu, portanto, incluir a data do dia 1º de setembro no regulamento, permitindo que as equipes fizessem melhorias no motor em três áreas.

Nas áreas de armazenamento de energia (bateria), MGU-K e atualização das especificações da eletrônica de controle, as equipes ainda têm a oportunidade de melhorar seus carros nas próximas semanas. No entanto, quando o novo mês começar, o foco das fornecedoras de motores estará em 2026 e as equipes ficarão presas ao seu desempenho atual.

Há alguma exceção às regras?

Como muitas vezes acontece no esporte, haverá exceções em relação aos motores até 2026. Por exemplo, a FIA permitirá mudanças no motor, mas o objetivo direto não pode ser o de melhorar o desempenho.

É claro que as equipes sempre argumentarão que as mudanças solicitadas serão por outras razões, mas a organização encontrou uma solução. Enquanto a FIA lida apenas com aplicações com confiabilidade, segurança, redução de custos ou mudanças mínimas incidentais como seu objetivo, há um segundo passo.

A FIA levará a mesma aplicação para as outras fornecedoras de motores para darem suas opiniôes sobre o assunto. Elas terão então todas as oportunidades de darem suas opiniões, após o que a organização tomará uma decisão final. Portanto, não será fácil fazer mudanças no motor após o início de setembro.

Entretanto, pequenos ajustes nos motores serão permitidos. No entanto, estes são detalhes que não permitirão que as equipes obtenham muito mais velocidade em seus carros. A FIA parece, portanto, estar de olho na situação nos próximos anos.

O que isto significa para a Ferrari?

Principalmente a Ferrari tem semanas ocupadas pela frente. A equipe italiana descobriu que seu motor era menos confiável do que o esperado, fazendo com que Carlos Sainz e Charles Leclerc abandonassem algumas corridas. Anteriormente foi anunciado que a Ferrari trará uma atualização em seu motor antes do prazo de 1º de setembro.

Esta atualização do motor irá, com o conhecimento sobre o congelamento, fornecer a confiabilidade necessária. No entanto, resta saber se ela irá remover completamente os problemas da Ferrari. A fábrica italiana, portanto, não ficará parada nas próximas semanas.

A equipe de Mattia Binotto está enfrentando um grande risco. Caso se verifique em setembro que o motor ainda não é confiável, os italianos estarão fortemente dependente das equipes concorrentes para poder fazer mudanças. Se a FIA der uma opinião contrária, a Ferrari poderá enfrentar um ano difícil. E então o primeiro título mundial desde 2007 poderá ficar ainda mais longe.