Hamilton fala sobre sua luta contra a depressão: "Desde muito cedo"

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Hamilton fala sobre sua luta contra a depressão: Desde muito cedo
29 de setembro no 07:00
  • Marcos Gil

Lewis Hamilton é o único piloto de Fórmula 1 com mais de 100 vitórias na história. O britânico tem sete títulos mundiais e deixará a Mercedes pela Ferrari, iniciando uma nova aventura com a equipe italiana. Em conversa com o The Times, o piloto de Stevenage falou sobre suas dificuldades com a saúde mental.

Hamilton voltou a vencer em 2024, encerrando a seca que durava desde o GP da Arábia Saudita de 2021 em seu Grande Prêmio em Silverstone. Ele também venceu em Spa, depois que George Russell foi desclassificado. Seu total agora é de 105 vitórias em 305 finais de semana concluídos.

Ele declarou ter lutado contra a saúde mental ao longo de sua vida. "Depressão. Desde muito cedo, quando eu tinha uns 13 anos. Acho que foi a pressão das corridas e as dificuldades na escola. O bullying. Eu não tinha com quem conversar", começou ele, pois desde muito jovem também sofreu racismo e bullying.

O agora sete vezes campeão mundial teve dificuldades na escola, pois era tímido e tinha dislexia não diagnosticada. "Falei com uma mulher, anos atrás, mas ela não me ajudou muito. Gostaria de encontrar alguém hoje".

No entanto, ele também enfatizou que agora está aprendendo sobre o assunto por conta própria e agora vê o efeito que isso teve sobre ele. "Você está aprendendo sobre coisas que lhe foram passadas por seus pais, percebendo esses padrões, como você reage às coisas e como pode mudar isso. Assim, o que poderia ter me irritado no passado não me irrita mais hoje. Estou muito mais refinado".

Falecimento de Senna em 1994

No trágico fim de semana do Grande Prêmio de San Marino de 1994, há 30 anos, Rubens Barrichello sofreu um acidente horrível na sexta-feira, mas, felizmente, o brasileiro conseguiu sair do carro. No entanto, no sábado, primeiro Roland Ratzenberger faleceu e, um dia depois, o tricampeão mundial Ayrton Senna sofreu um acidente fatal. Senna era o ídolo de Hamilton, e depois que ele conseguiu igualar o número de pole positions do brasileiro no GP do Canadá de 2017, ele recebeu um capacete usado na corrida da família de seu herói.

"Eu estava com meu pai, estávamos trabalhando no kart. Eu me lembro de ir para a frente e chorar, chorando muito. Eu não podia chorar na frente do meu pai, ele não era esse tipo de pessoa", contou o britânico, que tinha apenas nove anos quando a tragédia aconteceu.