A ascensão da Renault
O momento da volta de Alonso foi especial em mais do que um aspecto. 2021 não só foi o ano em que fez 40 anos, como também fez exatamente 20 anos desde a sua estreia na Fórmula 1. Após o título no Euro Open da Nissan (ligado à Renault) e uma boa temporada na Fórmula 3000, a Minardi lhe deu uma vaga na F1 em 2001.
Alonso mostrou boa velocidade na sua primeira temporada, mas Flavio Briatore, o seu empresário e chefe de equipe da Renault, achou que era um pouco cedo demais para dar ao seu prodígio um lugar como titular da montadora. Então, em 2002 o espanhol foi contratado como piloto de testes e reserva. Só quando Jenson Button se mudou para a BAR, em 2003, que Alonso teve a oportunidade de mostrar realmente o seu talento ao mundo.
A primeira temporada na Renault foi um sucesso imediato. Com duas pole positions e uma vitória, Alonso superou todos os resultados que a equipe de fábrica da Renault tinha alcançado desde os seus dias de Benetton, com Schumacher. A Renault tinha uma tendência ascendente e Alonso era o homem ideal para guiá-los.
Isso resultou na conquista do título mundial em 2005 e 2006. No caminho dos títulos, primeiro derrotou Kimi Raikkonen e McLaren, que estavam no topo de suas performances, e depois também Michael Schumacher e Ferrari na sua tentativa final de assegurar um oitavo título mundial.
Mudanças de equipe não dão certo para Alonso
Os seus dois títulos mundiais foram seguidos por uma série de decisões que podem ter custado vários títulos mundiais. Primeiro, ele mudou para a McLaren em 2007. Dada a velocidade da McLaren naquele ano, essa foi uma boa escolha, mas ele enfrentou Lewis Hamilton. O inglês era o menino de ouro do chefe de equipe, Ron Dennis, e nessa batalha interna, Alonso perderia sempre.
Assim, voltou para a Renault em 2008. Lá ele podia controlar toda a equipe e era assim que ele queria. Não há melhor exemplo disso do que o Grande Prêmio de Singapura de 2008. Nelsinho Piquet, o jovem companheiro de equipe de Alonso e filho do tricampeão Nelson Piquet, foi instruído a bater de propósito. Piquet obedeceu e Alonso conseguiu vencer a corrida como consequência. Uma ação bastante desesperada, mas nesta altura já era evidente que a Renault tinha perdido a magia de alguns anos antes.
Para 2010, parecia uma excelente escolha para Alonso se mudar para a Ferrari. Mas o que se seguiu foram cinco anos frustrantes, durante os quais ele quase ganhou o campeonato em 2010 e 2012, mas ficou atrás de Sebastian Vettel e Red Bull Racing.
Quando a era híbrida chegou em 2014, a Ferrari errou a mão e a relação entre Alonso e a equipe piorou consideravelmente. Então, em 2015, optou por uma aventura com a McLaren e o novo fornecedor de motores, a Honda. Esse projeto se transformou em um drama para todas as partes e, no final de 2018, Alonso deixou a Fórmula 1.
A busca pela Tríplice Coroa
Alonso decidiu se concentrar em alcançar a “Tríplice Coroa”: ganhar o Grande Prêmio de Mônaco, as 24 Horas de Le Mans e as 500 Milhas de Indianápolis. Alonso estava caminhando bem, pois correu e chegou a liderar em Indianápolis em 2017 e venceu Le Mans em 2018. Em 2020, o Rally Dakar também atraiu a sua atenção.
Durante algum tempo parecia que Alonso tinha deixado para trás a Fórmula 1 para sempre, mas durante a temporada 2020 os rumores de que voltaria para a Renault foram se tornando cada vez mais fortes. Daniel Ricciardo tinha assinado pela McLaren e, por isso, um lugar tinha ficado disponível na equipe de Enstone para 2021. Os rumores se revelaram verdadeiros, e Alonso decidiu reviver os velhos tempos, sob a marca da Alpine.
Em 2021, o veterano de provou que ainda tinha gás no tanque. Após algumas corridas, o espanhol encontrou o seu ritmo e voltou à sua forma antiga. O seu esforço foi recompensado com um pódio no Catar, o seu primeiro desde 2014.
Esteban Ocon ficou sob grande pressão por causa do forte ritmo do seu companheiro de equipe, mas os dois provaram ser uma excelente dupla. Em 2022, mais uma vez a disputa entre os dois foi muito acirrada, mas desta vez Alonso teve que se contentar em ficar atrás do francês. O espanhol marcou 11 pontos a menos no campeonato, mas também foi o que mais sofreu com os problemas de confiabilidade do carro da Alpine.
Durante as férias de verão, Alonso anunciou que iria sair da Alpine para ir para a Aston Martin, onde pretende ter um carro competitivo nos próximos anos para brigar pelo seu terceiro título mundial.
De surpresa à decepção
A temporada 2023 começou muito acima da expectativa para Alonso e a Aston Martin, com o espanhol subindo ao pódio seis vezes nas primeiras oito corridas. Com o início de ano na posição de segunda equipe mais forte, Alonso passou a sonhar com sua primeira vitória na Fórmula 1 desde 2013.
Mas a segunda metade da temporada foi decepcionante. A Aston Martin não conseguiu acompanhar o ritmo de desenvolvimento das outras equipes e acabou sendo superada por Mercedes, Ferrari e McLaren, terminando o campeonato em quinto lugar, com Alonso voltando ao pódio apenas mais duas vezes.
Fernando Alonso em 2024
Alonso segue buscando sua 33ª vitória na F1 e seu terceiro título mundial. Apesar de estar com 42 anos e em seu último ano de contrato com a Aston Martin, o espanhol parece mais motivado do que nunca.
2024 será um ano decisivo para o seu futuro. Com tantos pilotos ficando sem contrato ao final do ano, Alonso pode usar esta temporada para se mostrar uma opção viável para uma equipe de topo ou até renovar seu vínculo com a Aston Martin, caso o time recupere a competitividade do primeiro semestre de 2023.