Cinco coisas que Vasseur precisa mudar na Ferrari

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F1 News

13 de dezembro de 2022 no 09:20
Última atualização 13 de dezembro de 2022 no 18:28
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Agora que a Ferrari anunciou oficialmente que Fred Vasseur começará a trabalhar como chefe de equipe a partir de 9 de janeiro de 2023, é claro que o ex-chefe da Alfa Romeo que está saindo enfrenta um enorme desafio. Aqui está o que o substituto de Mattia Binotto precisa mudar para trazer ordem à equipe.

Pulso firme

Talvez o maior problema visível na Ferrari durante a temporada passada da Fórmula 1 tenha sido a indecisão. Isto levantou sua cabeça em várias áreas, tanto durante as corridas quanto em nível gerencial.

Estrategicamente, a equipe frequentemente não sabia o que fazer e decidiu esperar e ver, perdendo lugares no pódio em várias ocasiões. Por sua vez, Binotto parecia ter medo de intervir quando as coisas davam errado e insistia que nada precisava mudar dentro da equipe. Vasseur terá que bater seu punho na mesa para pôr um fim a esta indecisão.

Auto-reflexão

Relacionado com o acima mencionado está a falta de auto-reflexão da equipe. Sob a liderança de Binotto, uma cultura onde as cabeças tinham que rolar chegou ao fim, mas o outro extremo disso é a falha em reconhecer os muitos erros cometidos dentro da equipe.

Vasseur tem que fazer a Scuderia perceber que a própria equipe é responsável pela deterioração que se tornou cada vez mais aparente e que permitiu até mesmo que a Mercedes se tornasse uma ameaça para o segundo lugar na classificação final.

Estratégia

As questionáveis escolhas estratégicas da Ferrari foram um ponto de discussão recorrente ao longo da temporada 2022 de F1. Aqui, também, a indecisão da equipe foi prontamente aparente. Em sua batalha contra a Red Bull, a Ferrari frequentemente tomava uma atitude de espera, forçando o candidato ao título Charles Leclerc a fechar na parte de trás do grid em mais de uma ocasião.

O ponto baixo disto foi o Grande Prêmio de Mônaco, onde Leclerc esperava finalmente quebrar a maldição de sua corrida de casa a partir de uma posição de liderança. Ferrari errou com a estratégia de pit stop e privou o piloto do que deveria ter sido uma vitória fácil.

As coisas também deram errado em Silverstone e na Hungria, e na qualificação no Brasil, a equipe cometeu outro erro com a escolha de pneus para Leclerc. Esta será uma das primeiras coisas que Vasseur abordará, já que custou pontos desnecessários para a equipe.

Recuperar a confiança de Leclerc

Se não fossem os muitos erros de sua equipe, Leclerc provavelmente ainda teria que enfrentar Max Verstappen, mas isso deve ter ferido sua confiança. Enquanto o companheiro de equipe Carlos Sainz ainda às vezes interfere nas escolhas estratégicas, Leclerc confia em grande parte em sua equipe.

Leclerc precisa de uma equipe estratégica decisiva, mas também de uma equipe que esteja por trás dele. Embora já estivesse claro há muito tempo que o Monegasco era o candidato ao título e, além disso, precisava desesperadamente dos pontos em sua batalha com Verstappen, Ferrari se recusou a priorizá-lo. Por um lado, é louvável que o time não quis nomear um primeiro e segundo piloto, mas por outro lado, ao fazê-lo, pode ter sabotado ainda mais as chances de Leclerc.

Foco no domingo

Com 12 pole positions, a Ferrari teve o carro mais rápido no sábado. Este foi um espinho no lado da Red Bull Racing, que normalmente fazia uma jogada no domingo, mas estava ansiosa para mostrar essa forma forte também no sábado. Na Ferrari, foi exatamente o oposto, mas a equipe não parecia disposta a se comprometer um pouco no sábado, a fim de encontrar a configuração ideal para o domingo.

Em temporadas anteriores, esta abordagem ainda poderia ter funcionado, mas como as novas regras facilitaram a ultrapassagem, ela só funciona em algumas corridas do calendário. Vasseur terá, portanto, que abordar esta priorização.